Três Vidas, de Gertrude Stein (Ed. Cosac & Naify, 2008).
O livro conta a história, ou melhor, a vida de três mulheres muito diferentes: a boa Anna, Melanctha e a gentil Lena. Para além do enredo e das contradições sociais apreendidas pela autora na criação dos conflitos e caracterização das personagens, é preciso ler para conhecer a fantástica Gertrude Stein. A norte-americana, contemporânea da arte vanguardista do começo do século vinte em Paris, lança mão de recursos até então muito pouco experimentados, como a repetição e a perda do sentido das palavras, que gradativamente se transformam em sua matéria original, o som. Neste livro, o primeiro publicado pela autora (1905) é possível entrar em contato com alguns aspectos formais muito característicos de sua obra, transpondo o estranhamento causado à primeira vista. Vale a leitura, e, mais que isso, a experiência.
Olhe nos meus olhos, de Jonh Elder Robinson (Ed. Larousse).
O autor deste livro descobre após anos de vida que sofre da Síndrome de Asperger (uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo, segundo o Wikipédia). Ele relata situações constrangedoras e embaraçosas pelas quais passou até tal descoberta.
O olhar de Borges: uma biografia sentimental, de Solange Fernández Ordónez (Autêntica Editora, Belo Horizonte, MG).
O que é curioso e interessante nesta biografia é o fato da autora entregar ao leitor uma interpretação livre e pessoal da vida de Borges, com base na leitura de alguns documentos únicos. É que Solange, além de admiradora, é filha do advogado do escritor argentino. Através do pai, teve acesso a cadernos, anotações, poemas e textos do inventário do artista. É uma biografia livre, singular e profundamente sentimental como sugere o título. Temos a leve sensação de poder compartilhar da ligação privilegiada da autora com um dos maiores nomes da literatura mundial.
O leitor, de Bernhard Schlink (Ed. Record).
Michael tem 15 anos quando conhece Hanna, uma mulher 21 anos mais velha. É o início de uma relação amorosa, marcada por pequenos gestos e rituais. A leitura de clássicos de Tolstói, Dieckens e Goethe precede os encontros. Ao longo de meses, o casal repete essas cerimônias, interrompidas pelo súbito desaparecimento de Hanna. Sete anos depois, Michael, estudante de direito, é convidado a tomar parte em um julgamento contra criminosos do regime nazista. Ele descobre que uma das acusadas é sua antiga amante, o que o lança a um vórtice de culpa e piedade.
Dois Irmãos, de Milton Hatoum (Ed.Companhia das Letras).
A obra traz um drama familiar de notável densidade, também ambientado em Manaus como outros livros do autor. O enredo desta vez tem como centro a história de dois irmãos gêmeos - Yaqub e Omar, filhos de imigrantes libaneses que chegaram ao Brasil no início do século - e suas relações com a mãe, o pai e a irmã. Na mesma casa moram Domingas, a empregada da família, e seu filho, um menino cuja infância é moldada justamente por esta condição: ser filho da empregada. É este menino que, trinta anos depois dos acontecimentos, vai contar o que testemunhou calado - histórias de personagens que se entregaram ao incesto, à vingança e à paixão desmesurada.
O livro conta a história, ou melhor, a vida de três mulheres muito diferentes: a boa Anna, Melanctha e a gentil Lena. Para além do enredo e das contradições sociais apreendidas pela autora na criação dos conflitos e caracterização das personagens, é preciso ler para conhecer a fantástica Gertrude Stein. A norte-americana, contemporânea da arte vanguardista do começo do século vinte em Paris, lança mão de recursos até então muito pouco experimentados, como a repetição e a perda do sentido das palavras, que gradativamente se transformam em sua matéria original, o som. Neste livro, o primeiro publicado pela autora (1905) é possível entrar em contato com alguns aspectos formais muito característicos de sua obra, transpondo o estranhamento causado à primeira vista. Vale a leitura, e, mais que isso, a experiência.
Olhe nos meus olhos, de Jonh Elder Robinson (Ed. Larousse).
O autor deste livro descobre após anos de vida que sofre da Síndrome de Asperger (uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo, segundo o Wikipédia). Ele relata situações constrangedoras e embaraçosas pelas quais passou até tal descoberta.
O olhar de Borges: uma biografia sentimental, de Solange Fernández Ordónez (Autêntica Editora, Belo Horizonte, MG).
O que é curioso e interessante nesta biografia é o fato da autora entregar ao leitor uma interpretação livre e pessoal da vida de Borges, com base na leitura de alguns documentos únicos. É que Solange, além de admiradora, é filha do advogado do escritor argentino. Através do pai, teve acesso a cadernos, anotações, poemas e textos do inventário do artista. É uma biografia livre, singular e profundamente sentimental como sugere o título. Temos a leve sensação de poder compartilhar da ligação privilegiada da autora com um dos maiores nomes da literatura mundial.
O leitor, de Bernhard Schlink (Ed. Record).
Michael tem 15 anos quando conhece Hanna, uma mulher 21 anos mais velha. É o início de uma relação amorosa, marcada por pequenos gestos e rituais. A leitura de clássicos de Tolstói, Dieckens e Goethe precede os encontros. Ao longo de meses, o casal repete essas cerimônias, interrompidas pelo súbito desaparecimento de Hanna. Sete anos depois, Michael, estudante de direito, é convidado a tomar parte em um julgamento contra criminosos do regime nazista. Ele descobre que uma das acusadas é sua antiga amante, o que o lança a um vórtice de culpa e piedade.
Dois Irmãos, de Milton Hatoum (Ed.Companhia das Letras).
A obra traz um drama familiar de notável densidade, também ambientado em Manaus como outros livros do autor. O enredo desta vez tem como centro a história de dois irmãos gêmeos - Yaqub e Omar, filhos de imigrantes libaneses que chegaram ao Brasil no início do século - e suas relações com a mãe, o pai e a irmã. Na mesma casa moram Domingas, a empregada da família, e seu filho, um menino cuja infância é moldada justamente por esta condição: ser filho da empregada. É este menino que, trinta anos depois dos acontecimentos, vai contar o que testemunhou calado - histórias de personagens que se entregaram ao incesto, à vingança e à paixão desmesurada.
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