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Texto enviado para Especialização em Relações Raciais e Educação na Sociedade Brasileira

                                          Tráfico de Escravos e as Consequências em suas vidas

                                                                                            Márcia Roza Lorenzzon

A escravidão foi um período que colocava o ser humano às margens da sociedade vigente e a eles eram atribuídos trabalhos da atividade açucareira, mineração, essenciais para a manutenção da economia. Muitos dos escravos eram vendidos, traficados para outros países, inclusive para o Brasil, onde desempenhavam trabalhos rurais e urbanos.

Podemos citar alguns exemplos de recibo de compra venda de escravos, Rio de Janeiro, 1851.


 


Os grandes colonizadores compravam os negros e com a vinda dos mesmos, traziam também as culturas, a culinária, as comidas típicas e a dança. Este tráfico de escravos era uma forma de comércio lucrativo, os seres humanos, inclusive crianças, eram negociados como animais ou qualquer mercadoria.

Percebemos que toda esta historiografia nos remete a pensar que o escravo não era como coisa que se troca ou vende, mas são pessoas com direitos e deveres definidos no estatuto do escravo. Segundo o site, www.pt.wikipedia/org/wiki/trafico de escravos para o Brasil,

O Tráfico de escravos para o Brasil refere-se ao período da história em que houve uma migração forçada de Africanos para o Brasil. Portugueses, brasileiros e mais tarde holandeses dominaram um comércio que envolveu a movimentação de milhares de pessoas.

Esta ação de compra e venda de negros, deixou a impressão de muito sofrimento entre a população negra, que além de sofrerem, deixaram de contribuir mais com a sua cultura, dança e trabalhos artesãos.

Hoje podemos entender todo este descaso, através de estudos e pesquisa que se desenvolve nas escolas, o projeto, A cor da Cultura, disponibilizado pelo MecEscola, é um exemplo deste material utilizado por algumas escolas de Mato Grosso.

Pesquisas indicam que a sociedade brasileira é formada por muitos negros, isso significa que eles estavam presentes quando o Brasil ficou independente. Esta história deve ser partilhada nas instituições de ensino e na sociedade como um todo, isso significará colocar o negro que ainda hoje é discriminado, no centro das discussões e pesquisa.

No site, www.wikipedia.org/traficodeescravosnobrasil, há relatos:

O tráfico de escravos para o Brasil não era exclusivo de comerciantes brancos europeus e brasileiros, mas era uma actividade em que os pumbeiros, que eram mestiços, negros livres e também ex-escravos, não só se dedicavam ao tráfico de escravos como controlavam comércio costeiro – no caso de Angola, também boa parte do comércio interior para além de fazerem o papel de mediadores culturais no comércio de escravos da África Atlântica. Refira-se Francisco Félix de Sousa, alforriado aos 17 anos, alforriado aos 17 anos, considerado o maior traficante de escravos brasileiro.

Percebe-se também que os primeiros engenhos se fortaleceram com o plantio de cana, algodão, café, fumo e então precisavam da vinda dos escravos para o Brasil para exercerem os trabalhos e com eles vieram também todas as suas tradições, inclusive a religião, que infiltrou ao lado da religião católica.

Hoje temos marcas dos negros na sociedade brasileira, muitos escravos vieram e deixaram-nas em monumentos que eles ajudaram a construir, engenhos, igrejas e artesanatos, muito apreciados no nordeste brasileiro.

Estas marcas também tiveram um preço pela vida dos africanos, que eram submetidos a punições, como troca de pessoas da família por comida, por adultério, pagamento de tributo e outros. Estes negros escravos se tornavam submissos e sem voz, tinham que obedecer e pagar com muito trabalho aos seus senhores.

Logo após todos estes sofrimentos dos negros, houve grandes batalhas por parte dos abolicionistas, até ser sancionada no dia 13 de maio de 1888, a Lei Áurea, que libertou todos os escravos submissos aos senhores de engenho e da cafeeira. Mesmo assim, os escravos não foram totalmente libertos, muitos continuaram trabalhando para os seus senhores, para garantir a moradia e alimentação.

O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, mas que atualmente depois de tantos anos, com a Lei Áurea, este regime de escravidão ainda sobrevive em grandes lavouras.

Então, há necessidade de mantermos esta Lei viva em nossa sociedade, e não somente em datas como 13 de maio e 20 de novembro, mas efetivar um trabalho coletivo no combate ao preconceito e à discriminação racial em nosso país.






 

                                           REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS

http://pt.wikipedia.org/wiki/traficodeescravos no Brasil;

http://pt.wikipedia.org/wiki/leiaurea;

http://educaterra.terra.com.br/voltarie/mundo/africa2.htm;

Brito, Luciana da Cruz. Tópicos sobre a História do negro na sociedade brasileira./ Cuiabá: EdUFMT, 2011.

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